Valquiria Mac-Dowell
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Histórias de Intercambistas: Há sempre um jeitinho ...

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Lucas  era um menino alto astral.  Sempre alegre, fazia piada de tudo.  Mau humor não existia para ele (coisa que não se vê em adolescentes!).  E, segundo o pai, muito mimado pela mãe, que fazia todas as suas vontades.  O pai queria que ele tivesse uma experiência diferente da que tinha em casa, mais perto da realidade, mais pé no chão.  Seria importante que as coisas não fossem tão fáceis para ele aprender valorizar o que recebia em casa e, forçosamente, amadurecer.  Foi para o intercâmbio com pouquíssimo dinheiro, somente o essencial.  Ele, esperto, levou o skate para não gastar com transporte para a escola.  Mas sofria demais com a comida.  A que era oferecida na casa era horrível, ele sonhava com as picanhas que tinha deixado no Brasil.  De tudo que via por lá só gostava mesmo era de batata mas não podia pedir para que sua família oferecesse batata todos os dias.  E as porções da casa também eram pequenas.  Vivia com fome.

Havia uma lanchonete próxima a escola que fazia as mais maravilhosas baked potatoes do mundo. Uma porção valia por um almoço bem farto. Bem que ele gostaria de comer lá  todos os dias mas o dinheiro não dava.  Foi então que fez amizade com o balconista da lanchonete e o presenteou com uma linda camiseta da seleção de futebol do Brasil.  Daí por diante passou a ser servido com generosas porções e recheios duplos.  Com sua simpatia conseguira dar aquele jeitinho brasileiro, quebrar um bloqueio que poucos conseguem.  Ficaram tão amigos que até para sua festa de despedida convidou o balconista.  Um convite merecido, ele havia salvado sua vida!